Olá Yennies,
Parte exterior da cápsula: glicerina, ácido acético(glacial) [E-260], água e gelatina purificada.
CONDIÇÕES DE USO: Não exceda a dose diária recomendada. Os suplementos alimentares não devem substituir uma dieta variada e equilibrada e um estilo de vida saudável. Guardar num lugar seco e fresco. Mantenha fora do alcance de crianças. Este produto não é apropriado para crianças menores de 3 anos de idade.
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O que é que realmente sabemos sobre Língua e Cultura do Idioma Português?
http://cvc.instituto-camoes.pt/aprender-portugues/a-brincar/jogo-da-lusofonia.html
Joguem e partilhem esses resultados.
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Cântico negro - José Régio
"Vem por aqui" — dizem-me alguns com os olhos doces Estendendo-me os braços, e seguros De que seria bom que eu os ouvisse Quando me dizem: "vem por aqui!" Eu olho-os com olhos lassos, (Há, nos olhos meus, ironias e cansaços) E cruzo os braços, E nunca vou por ali... A minha glória é esta: Criar desumanidades! Não acompanhar ninguém. — Que eu vivo com o mesmo sem-vontade Com que rasguei o ventre à minha mãe Não, não vou por aí! Só vou por onde Me levam meus próprios passos... Se ao que busco saber nenhum de vós responde Por que me repetis: "vem por aqui!"?
Prefiro escorregar nos becos lamacentos, Redemoinhar aos ventos, Como farrapos, arrastar os pés sangrentos, A ir por aí... Se vim ao mundo, foi Só para desflorar florestas virgens, E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada! O mais que faço não vale nada.
Como, pois, sereis vós Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem Para eu derrubar os meus obstáculos?... Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós, E vós amais o que é fácil! Eu amo o Longe e a Miragem, Amo os abismos, as torrentes, os desertos...
Ide! Tendes estradas, Tendes jardins, tendes canteiros, Tendes pátria, tendes tetos, E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios... Eu tenho a minha Loucura ! Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura, E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios... Deus e o Diabo é que guiam, mais ninguém! Todos tiveram pai, todos tiveram mãe; Mas eu, que nunca principio nem acabo, Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.
Ah, que ninguém me dê piedosas intenções, Ninguém me peça definições! Ninguém me diga: "vem por aqui"! A minha vida é um vendaval que se soltou, É uma onda que se alevantou, É um átomo a mais que se animou... Não sei por onde vou, Não sei para onde vou Sei que não vou por aí!
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Olá,
Com uma participante tão entusiástica como a Yelena, julgo interessante partilhar estas ferramentas do Instituto Camões:
http://cvc.instituto-camoes.pt/aprender-portugues.html
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Olá Yelena,
Como já lhe disse anteriormente, o seu entusiasmo é contagiante.
Permita-me que lhe sugira, apenas, que para cada dúvida abra um tópico novo, porque chama mais atenção e é mais fácil para os restantes participantes no Forum, escolherem os temas em que se sentem mais à vontade para responder! :-)
Ora bem, nas 5 questões que coloca necessita de diferenciar o discurso oral informal do discurso escrito, muitas vezes mais formal.
Vou-lhe, responder, então, às perguntas onde me sinto mais à vontade, e dentro do contexto em que me insiro, que é Portugal.
Estar vs. 'Tar
Em Portugal 'tar (estar) e todas as suas formas ('tou, 'tás, 'tá, 'tava, etc.) são utilizadas apenas no discurso oral e não no escrito.
Efectivamente, estas são formas abreviadas do verbo estar. Julgo que a razão por que se abrevia, tem a ver com a comodidade e rapidez a falar.
Há um tendência no discurso oral em Portugal para pronunciar muito rapidamente ou até mesmo omitir algumas vogais.
Um exemplo deste fenómeno é a pronunciação do nome "Teresa" que soa invariavelmente a "Treza".
Obrigado/a e os superlativos
Os superlativos são utilizados em situações excepcionais e para enfatizar determinada situação.
No caso que nos descreve, diria que as formas mais comuns são:
- Obrigadíssimo/a!
- Muitíssimo obrigado/a!
Não se costuma utilizar dois superlativos juntos "muitíssimo obrigadíssimo", julgo inclusive que está gramaticalmente errado. (Vou ter que investigar...). A não ser, é claro, numa situação de humor, discurso oral, em que se pretende enfatizar o exagero ou até mesmo alguma ironia.
Obrigado/a e o verbo obrigar
Ainda que "obrigado/a" seja o particípio passado do verbo "obrigar", a relação entre um e outro são distintas.
Utilizamos a expressão "obrigado/a" para exprimir agradecimento/gratidão.
Ora veja:
obrigado (particípio de obrigar) adj.adj. 1. Que se sente devedor por ter sido alvo de uma atenção ou de um favor. = agradecido, grato 2. Cativado por finezas. 3. Que tem de se fazer ou de ser cumprido. = exigível 4. Constrangido, violentado. 5. Exigido, indispensável, forçado. 6. De que se não pode prescindir. = essencial s. m.7. Agradecimento (ex.: deixo-lhe um obrigado). 8. Trás-os-M. Indivíduo que arremata o fornecimento de carnes verdes. adj. s. m.adj. s. m. 9. Que ou quem é sujeito de uma obrigação. interj.10. Expressão usada para agradecer. 11. Infrm. Expressão usada para indicar que algo é previsível (ex.: ele ficou com o emprego; obrigado, tem uma cunha). = pudera
Utilição do artigo antes do nome próprio
O/A são artigos definidos, quer isto dizer que se referem a algo específico, particular, definido, conhecido. Assim, quando utiliza o artigo definido antes do nome "o Pedro", "a Maria", quer dizer que está a falar de um Pedro, de uma Maria em particular, conhecida entre os interlocutores da conversa.
Exemplo:
" A Maria é a rapariga mais bonita da minha turma!". É aquela Maria, e não outra na turma, que é a mais bonita.
Exemplo em que não se usa o artigo:
- Qual é o teu nome? - O meu nome é Pedro. E o teu qual é? - O meu nome é Maria.
Você e tu
Em Portugal "tu´" é utilizado num contexto de informalidade e confiança: entre amigos, familiares, etc. O "você" em tempos era considerado indelicado, pouco polido, e alternativamente, referimo-nos à pessoa na terceira pessoa do singular, mas sem referir o pronome pessoal.
Exemplo de utilização de tu: - Então como estás? Andas desaparecido! - Eu estou bem! Tu também não dás notícias há muito tempo.
Exemplo de utilização da 3.ª pessoa do singular, omitindo o você: - Então como está? Anda desaparecido! - Estou bem, obrigado! Você também não dá notícias há muito tempo.
Eu fui educada a não utilizar o "você", porque é indelicado. Utilizaria " O/A senhor/a não dá notícias há muito tempo.". No entanto, tenho que reconhecer, que cada vez menos se utiliza esta forma.
- - - - P.S. E sim sou do sexo feminino. :-)
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Olá Yelena,
Benvinda, também! Precisamos de alguém com esse entusiasmo todo!
Apesar de ser portuguesa, concordo com a explicação de Oxe! (que por sua vez é uma interjeição curiosa brasileira!).
"Nossa", será uma abreviação de "Nossa Senhora!".
Quanto ao "Pois, não?", muitas vezes seguido de "...faça o favor de dizer", é sobretudo uma forma de expressar que vamos/estamos a dar atenção a alguém que nos interpela.
Julgo que exemplos ajudam sempre.
Duas pessoas na rua, a conversar, testemunham um acidente de carro: - Que acidente! Você viu? - Nossa! Que perigo!
Numa loja em que há pessoas para serem atendidas: - Olhe, se faz favor... - Pois não, faça o favor de dizer.
...
pois
conj.1. Por conseguinte, portanto, logo. 2. Então, nesse caso. 3. No entanto, mas. 4. Visto que, porquanto, pois que, porque. adv.5. Pois sim, pois claro, por certo, pois não. (Emprega-se também como partícula expletiva: Pois hei-de!hei de sair com este tempo.) pois quê?: como? pois sim!: designativa de certa dúvida ou reserva acerca do que outrem nos afirma.
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Recomendo-lhe ainda o CiberDúvidas da Língua Portuguesa:
http://www.flip.pt/DúvidasLinguísticas/tabid/324/Default.aspx
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Boa sorte nas aventuras da língua portuguesa!
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Muito interessante, simples, mas genial.
No entanto, para mim a repetição da pedra no meio caminho, fez-me lembrar, assim de forma mais aguda, de uma "pedra no sapato", daquelas que incomodam até à obsessão.
Mas como disse, genial!
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Olá Sky,
Em Portugal raramente usamos o gerúndio nessas circunstâncias.
- O que estás a fazer? - Estou a falar sobre a política nacional, alertando para a necessidade de realizar reformas.
Portanto, diria que a diferença é regional.
Em que circunstâncias se usa o verbo estar + infinitivo no Brasil?
Curiosamente, também somos mais adeptos da expressão frase/oração do que sentença. Para mim uma sentença é de tribunal, um juízo de valor. Como no ditado "Cada cabeça sua sentença".
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Oi Sky,
"Notário".
Um abraço!
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Oi!
Eis-me de volta! Apesar do tempo chuvoso que se faz sentir aqui na capital Lusa, há um prazer sem nome nos meus passeios por esta cidade que me é tão querida. Numa homenagem a essa cidade, aqui fica um poema escrito por um homem que amava esta Lisboa tão dele, tão nossa.
Um homem na Cidade - Ary dos Santos
Agarro a madrugada como se fosse uma criança, uma roseira entrelaçada, uma videira de esperança.
Tal qual o corpo da cidade que manhã cedo ensaia a dança de quem, por força da vontade, de trabalhar nunca se cansa.
Vou pela rua desta lua que no meu Tejo acendo cedo, vou por Lisboa, maré nua que desagua no Rossio.
Eu sou o homem da cidade que manhã cedo acorda e canta, e, por amar a liberdade, com a cidade se levanta.
Vou pela estrada deslumbrada da lua cheia de Lisboa até que a lua apaixonada cresce na vela da canoa.
Sou a gaivota que derrota tudo o mau tempo no mar alto. Eu sou o homem que transporta a maré povo em sobressalto.
E quando agarro a madrugada, colho a manhã como uma flor à beira mágoa desfolhada, um malmequer azul na cor, o malmequer da liberdade que bem me quer como ninguém, o malmequer desta cidade que me quer bem, que me quer bem.
Nas minhas mãos a madrugada abriu a flor de Abril também, a flor sem medo perfumada com o aroma que o mar tem, flor de Lisboa bem amada que mal me quis, que me quer bem
Um homem na Cidade - Ary dos Santos - cantado por Carlos do Carmo
http://www.youtube.com/watch?v=TrJe5FYlVZY
Linda Lisboa, não é?
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